Profissionais revelam os comportamentos mais comuns que atrapalham o atendimento e podem comprometer a saúde íntima
Ir ao ginecologista pode ser desconfortável para muitas mulheres, mas alguns hábitos das pacientes tornam a consulta ainda mais difícil – tanto para elas quanto para os médicos. Embora não gostem de admitir publicamente, profissionais da área revelam que certos comportamentos se repetem nos consultórios e prejudicam o diagnóstico correto.
Conversamos com especialistas que, sob anonimato, compartilharam as situações mais incômodas do dia a dia. Confira:
1. Chegar sem informações básicas sobre o ciclo menstrual
“Muitas pacientes não sabem quando foi a última menstruação ou há quanto tempo estão com determinado sintoma”, conta uma ginecologista de São Paulo. Essas informações são fundamentais para o diagnóstico. A dica é anotar no celular as datas do ciclo e qualquer alteração percebida.
2. Fazer “limpeza especial” antes da consulta
Pode parecer gentileza, mas não é. “O uso excessivo de duchas, sabonetes perfumados ou lenços íntimos antes da consulta pode mascarar infecções e dificultar o diagnóstico”, explica um especialista. O ideal é apenas lavar a região externa com água e sabonete neutro, como faria normalmente.
3. Omitir informações por vergonha
Vida sexual, número de parceiros, uso de drogas ou sintomas “embaraçosos” – muitas pacientes escondem informações cruciais. “Não estamos aqui para julgar, mas para cuidar da sua saúde. O que fica no consultório, fica no consultório”, reforça uma médica.
4. Levar crianças pequenas para a consulta
“Entendo que muitas não têm com quem deixar os filhos, mas crianças no consultório atrapalham a concentração, fazem barulho e impedem que a paciente fale abertamente sobre assuntos delicados”, comenta uma profissional. Sempre que possível, é melhor agendar a consulta para um momento em que tenha com quem deixar as crianças.
5. Buscar diagnósticos no Google antes da consulta e questionar cada orientação
Essa é a que mais frustra os profissionais. “A paciente chega achando que tem uma doença grave por causa de um fórum na internet e se recusa a aceitar o diagnóstico real. Passamos anos estudando para isso”, desabafa um ginecologista. Pior ainda: algumas questionam tratamentos baseados em informações de redes sociais sem nenhuma base científica, colocando a própria saúde em risco.
6. Não seguir o tratamento prescrito e voltar reclamando que não melhorou
“Receito um antibiótico por 7 dias, a paciente toma por 3 e para porque ‘já melhorou’. Depois volta dizendo que o remédio não funcionou”, relata uma médica. O tratamento incompleto pode causar resistência bacteriana e complicações graves.
7. Cancelar ou faltar em consultas de última hora
“Existe uma lista de espera enorme. Quando alguém falta sem avisar com antecedência, outra paciente que realmente precisava perde a chance de ser atendida”, lamenta uma profissional. O respeito ao horário é fundamental para que mais mulheres tenham acesso ao atendimento.